Diário de um Químico Digital 3.0

Química, TICs e outras treconologias. :)

Usando uma colher de azeite de oliva para inutilizar meio acre de água limpa — 16/12/2016

Usando uma colher de azeite de oliva para inutilizar meio acre de água limpa

O autor do vídeo mostra de uma forma bem didática como uma colher de sopa de óleo se espalha por uma grande área de um lago.

Embora esteja em inglês (possui legendas em inglês), o fenômeno é auto-explicativo.

Na sequência, faço uma breve explanação da mecânica envolvida nesse fenômeno.

Quer saber mais? Siga lendo o post…

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Oficina ministrada no 36º EDEQ — 19/10/2016

Oficina ministrada no 36º EDEQ

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Como é de costume, sempre posto o material das minhas oficinas e mini-cursos aqui no blog.

Não será diferente dessa vez, eis o material sobre criação de vídeo-aulas com recursos gratuitos ministrada por mim e por minhas orientandas de mestrado no 36º Encontro de Debates sobre Ensino de Química (EDEQ) que ocorreu nos dias 15 e 16 de outobro de 2016 na cidade de Pelotas – RS.

Sem mais delongas, eis a palestra e dois roteiros para vídeo-aulas para uso em filmagens do tipo “tomada única”.

Agradeço a todos que se fizeram presentes à nossa oficina e desejo reencontrá-los no próximo EDEQ na dicade de Rio Grande.

Roteiros para vídeo-aulas experimentais de tomada única.

 

 

 

Oficina de criação de vídeo-aulas do tipo slideshow no youtube — 27/06/2016

Oficina de criação de vídeo-aulas do tipo slideshow no youtube

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Por ocasião da III Roda de Conversas das Licenciaturas em Química realizada nas dependências da UNIPAMPA-Campus Bagé (onde por acaso eu trabalho), eis aqui um recorte da minha oficina de vídeos científicos [1],[2].

Como prometido aos participantes, eis o material apresentado no dia 25/06/2016.

Agradeço a presença de todos os alunos e da minha orientanda de Mestrado, a Profa Danielli Freitas, que me auxiliou na realização da oficina. 🙂

Aula do tipo slideshow no youtube

Aos leitores do blog, com o fim do período letivo que se aproxima eu pretendo fazer umas postagens com temas exclusivamente químicos.

Aplicativos de Química para o Raspberry Pi – Parte 1 — 01/03/2016

Aplicativos de Química para o Raspberry Pi – Parte 1

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Dando início à série de postagens que pretendo fazer sobre o Raspberry Pi, hoje vou começar a mostrar os testes realizados com alguns aplicativos voltados à Química (e, de preferência ao Ensino de química).

Vou deixar o vídeo para quem tiver mais pressa e, logo após, algumas explicações e detalhes técnicos.

Como prometido, leia os detalhes na sequência do post:

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Minha experiência com o Raspberry Pi — 26/02/2016

Minha experiência com o Raspberry Pi

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Já faz um tempinho que eu venho experimentando com essa placa chamada Raspberry Pi.

Ela foi criada com fins educacionais na Inglaterra, com o intuito de estimular estudantes a desenvolver habilidades computacionais (programação, montagem de protótipos, robótica, etc).

Não quero fazer uma longa exposição da história da Raspberry Pi, isso você pode ler nos links por mim selecionados [1] e [2], mas eu quero mostrar para vocês o que eu consegui fazer com um pouco de paciência e com a ajuda de alguns módulos comprados aqui e ali a um custo bem baixo.

Para saber mais sobre a minha experiência, leia logo abaixo os detalhes do projeto Frankenstein:

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O que acontece quando derramamos alumínio líquido sobre gelo seco? — 23/01/2016

O que acontece quando derramamos alumínio líquido sobre gelo seco?


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Continuando a nossa série (nem eu sabia que tinha virado uma) de postagens sobre “o que acontece”, hoje vou mostrar um vídeo do canal The Backyard Scientist que mostra vários experimentos envolvendo alumínio líquido (700ºC) e duas substâncias muito frias: gelo seco e nitrogênio líquido.

Destaque para os experimentos com gelo seco (-78ºC), pois os demais envolvendo nitrogênio líquido (-196ºC) são (a meu ver) meio sem graça.

Antes de tudo, o vídeo (pule direto para 1 min 5 s):

  • Note que quando o carinha derrama o alumínio líquido sobre o bloco de gelo seco, parece que o líquido demora um certo tempo para solidificar.

E note que ele parece “flutuar” sobre o gelo seco.

Isso porque a enorme diferença de temperatura entre os dois materiais produz quase que instantaneamente uma camada de dióxido de carbono gasoso CO2 que age como um isolante térmico e “protege” por algum tempo o bloco de gelo seco (que é CO2 no estado sólido).

Esse é o famoso Efeito Leidenfrost (o qual já mereceu um post aqui no blog).

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  • Aos 2 min 18 s o autor do vídeo coloca um lingote cilíndrico de alumínio aquecido sobre o bloco e algo interessante acontece.

O cilindro, como era de se esperar, “derrete” a parte do bloco e cria um “buraco” com o seu formato.

O surpreendente é que nesse processo ele emite sons “musicais” (parece um pequeno carrilhão).

Isso ocorre porque com o resfriamento pode estar acontecendo contração na estrutura cristalina do alumínio (os átomos do metal se rearranjam e assumem um ordenamento melhor).

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  • Aos 2 min e 34 s ele verte um pouco de alumínio líquido sobre o buraco formado pelo bloco de alumínio aquecido.

Eu achei interessante ver em câmera lenta o alumínio líquido se comportando como lava, ponto final. 🙂

  • Pulando para 4 min e 13 s, ele finalmente derrama alumínio líquido sobre um frasco (DE VIDRO) contendo o nitrogênio líquido.

A troca de calor entre os dois materiais é tão intensa e tão rápida que é preciso rever o vídeo em câmera lenta.

Nada muito surpreendente, a não ser que o nitrogênio líquido entra em ebulição turbulenta e a rápida expansão deste para a forma gasosa (aliada à troca de calor) provoca uma rachadura quase instantânea no vidro.

  • Finalizando, aos 5 min e 18 s ele inverte a ordem. Derrama nitrogênio líquido sobre alumínio derretido.

Essa parte é só legalzinha, pois o alumínio está contido em um vasilhame e apenas troca calor com o nitrogênio líquido, provocando uma ebulição em massa do líquido. Vale a pena pelo prazer de jogar nitrogênio líquido fora. 🙂

Via SPLOID

O que acontece quando misturamos Coca-Cola com alvejante? — 11/01/2016

O que acontece quando misturamos Coca-Cola com alvejante?

Para começar 2016, uma reação interessante que encontrei pela internet.

Posts envolvendo Coca-Cola não são necessariamente uma novidade no blog (alguns exemplos: 1, 2 e 3 ).

No entanto, esse mostra o quão poderosa pode ser essa singela solução de hipoclorito de sódio usada na composição dos alvejantes de roupas (veja esse post sobre o hipoclorito).

Vamos entender o que está acontecendo?

Coca-Cola contém corantes na sua composição, dentre eles o famoso Corante Caramelo IV (um potencial agente carcinogênico – [1]).

Esse corante é obtido pelo aquecimento de açúcares até a formação de uma coloração escura típica dos caramelos.

Uma das substâncias presentes no Corante Caramelo IV é a molécula 4-metil-imidazol (abaixo).

No entanto, a reação que produz o “caramelo” a partir dos açúcares (reação de Maillard) produz compostos com diversas ligações duplas e simples alternadas, e isso confere a cor escura à mistura de compostos. 

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A adição do alvejante (básico, pH em torno de 11) ao copo de Coca-Cola (que é um meio ácido), faz com que o hipoclorito de sódio do alvejante sofra degradação e produza oxigênio gasoso (e provavelmente gás cloro, que é tóxico).

O oxigênio é uma molécula formada por dois átomos de oxigênio, tendo por fórmula molecular O2.

O oxigênio é muito reativo e, não surpreendentemente, reage com as moléculas do 4-metil-imidazol (e as demais moléculas de cadeia longa do corante) destruindo as ligações duplas presentes nessa(s) molécula(s).

O fato é que a cor do imidazol (e das demais moléculas associadas) é justamente dependente das ligações duplas carbono-carbono e carbono-nitrogênio (chamamos a isso de grupos cromóforos – que ajudam a dar cor).

Destruídas essas ligações, a(s) nova(s) molécula(s) é(são) incolor(es) no espectro visível.

Acredito eu que o alvejante ajude a destruir a cor do imidazol (e moléculas associadas) também com radicais livres de cloro, mas isso é história para outro post.

Agradeço a todos pela constantes visitas ao blog e pelas 2100 curtidas na nossa página no facebook (http://fb.com/digimarcio).

Via ScienceDump

P.S.:Post editado para incluir algumas sugestões do meu colega Josoé Borba que manja muito desse assunto. Valeu, Josoé!

E para finalizar 2015, alguns fogos de artifício — 31/12/2015

E para finalizar 2015, alguns fogos de artifício

http://sciencenotes.org/wp-content/uploads/2013/05/FireworkChemistry.png
FONTE

Pessoal, eu sou contra estourar bombas e assemelhados em qualquer tipo de comemoração.

Mas, alguns sparklers (bastão que solta faíscas quando queimado e muito comum em festas de aniversário) não fazem mal a ninguém.

 

 

 

Ok, 10000 sparklers é um pouco mais do que “alguns”.

Foi o que fez esse carinha do canal Slivki Show, juntou 10000 belezinhas dessas em um recipiente, foi pro meio do mato e queimou-os.

Deixo-os com o vídeo e despeço-me de todos prometendo voltar em 2016 com mais postagens legais.

Via GIZMODO

Como construir o motor mais simples do mundo — 09/12/2015

Como construir o motor mais simples do mundo

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Uma mesa recoberta com folhas de alumínio, uma bateria e ímãs em formato de moeda.

Nem vou explicar como montar, é só assistir ao vídeo abaixo.

Boa diversão! 🙂

Via Science Dump

Explorando o mundo das moléculas com o Minecraft — 04/11/2015

Explorando o mundo das moléculas com o Minecraft

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Minecraft é um jogo multiplataforma estilo sandbox (caixa de areia), o que significa que você pode jogar do jeito que quiser e construir uma enormidade de coisas usando os mais diferentes tipos de blocos.

Você pode sair à caça de blocos de diamante, ou de ouro, ou de ferro, ou de carvão, ou de pedra, dá pra perder um dia aqui falando dos tipos de blocos disponíveis.

Ou você pode simplesmente criar vacas para extrair o couro e a carne delas.

Ah, você pode decidir construir um castelo todo de vidro. As possibilidades são ilimitadas.

Seu criador, Notch, vendeu o jogo para a Microsoft em 2014 por US$ 2,65 Bilhões (devido ao enorme sucesso desse software Indie).

Existem quatro modos de jogo: Criativo, Sobrevivência, Hardcore e Aventura.

No modo sobrevivência, você inicia o jogo apenas com a roupa do corpo e tem que procurar ou construir abrigo antes que a noite caia.

À noite, seres terríveis e monstruosos surgem e tentam matar você a todo custo.

Claro, um buraco escavado no chão ou na montanha e coberto por terra ou pedra serve para passar as primeiras noites até que você consiga construir tochas, espadas, picaretas, pás, baús, portas e janelas.

Se um monstro te matar, você reinicia em uma parte aleatória do mundo apenas com a roupa do corpo.

No modo Hardcore, você tem apenas uma vida e não é possível mudar a dificuldade do jogo, ele estará sempre na dificuldade máxima.

E é no modo criativo que vamos focar o post de hoje.

No criativo você tem todos os blocos existentes no jogo à sua disposição em quantidade infinita.

Você pode voar e empilhar blocos de cores diferentes a fim de formar padrões variados.

E é aí que entra o tema prometido no título da postagem: moléculas

Pesquisadores da Universidade de Hull (Reino Unido) construíram no Minecraft um ambiente em que pode-se aprender o básico de Bioquímica.

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Indo desde os aminoácidos essenciais, passando pela ligação peptídica, estruturas primárias, secundárias (alfa-hélice e folhas-beta) e terciárias de algumas biomoléculas selecionadas (mioglobina, hemoglobina, aquaporina, colágeno e algumas enzimas importantes).

Para poder usufruir dessa pouco convencional aula de química é preciso ter uma versão licenciada de Minecraft (atualmente ela custa US$ 26,95).

Depois, você vai ao site do projeto MolCraft e baixa um arquivo compactado contendo os arquivos necessários para explorar o mundo das biomoléculas no Minecraft.

Em seguida, descompacte esse arquivo compactado e mova-o para a pasta onde o Minecraft salva seus jogos (no Windows fica em C:\Users\<nome-do-usuário>\AppDataRoaming\.minecraft\saves).

Logo, é só abrir o Minecraft e escolher o mundo selecionado (MolCraft).

minecraft1 minecraft2

Eu fiz um screencast pra mostrar um pouco como funciona e o que podemos ver no MolCraft.

 

Referências: [1], [2], [3]

P.S.:Existe um servidor de MolCraft, mas esse eu ainda não testei e deixo para uma possível postagem futura.