Diário de um Químico Digital 3.0

Química, TICs e outras treconologias. :)

Hélio líquido, um fluido muito estranho — 21/05/2014

Hélio líquido, um fluido muito estranho

O gás Hélio é muito conhecido por sua utilização em balões festivos e por deixar com voz de pato quem o traga (graças à velocidade de propagação do som diferenciada nesse meio).

Mas ele também é usado na forma líquida como refrigerante de dispositivos médicos e de instrumentos científicos.

O que é menos sabido é que ele possui dois diferentes estados líquidos, um dos quais é beeeemmm estranho.

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O estado líquido I do Hélio ocorre entre 2,18 K e 4,22 K (entre -270,97ºC e -268,93ºC). Nesse estado ele é quase invisível, os cientistas precisam fazer objetos flutuarem sobre ele para saber onde se encontra a superfície do líquido.
Isso porque esse estado é ao mesmo tempo transparente e ligeiramente mais leve que o vácuo ou a atmosfera terrestre.
Entretanto, quando ele atinge temperaturas próximas a 2.18 K que as coisas começam a ficar realmente estranhas. Esse vídeo da BBC dá uma boa ideia:
Para compreender o que está acontecendo é necessário dar-se conta que todos os fluidos que nós conhecemos possuem viscosidade. As partículas no interior do fluido interagem (podemos usar a palavra “raspar”) com as outras enquanto fluem, criando fricção.
Algumas vezes a viscosidade é óbvia, tal como observado no mel. Com a água, nós mal conseguimos observá-la, o que não significa que a água não seja viscosa, só que muito menos que outros líquidos.
Entretanto, um “superfluido” não possui viscosidade alguma. Não se trata de apenas um pouco de viscosidade, mas sim de absolutamente nenhuma viscosidade.
O estado líquido II do Hélio contém uma mistura de material superfluido e não-superfluido.  Inteiramente livre de forças friccionais o Hélio II escala as paredes, passa através de orifícios que bloqueiam o avanço do Hélio I, e conduz calor um milhão de vezes melhor que o Hélio I e centenas de vezes mais facilmente que elementos químicos metálicos.
Ah, e eu já falei que ele produz uma fonte “sem fim”?
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Para saber mais sobre o Hélio, continue a ler o post.

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Visualizando músicas com fogo — 19/05/2014

Visualizando músicas com fogo

Ei, você aí! Você mesmo que gosta de ouvir música no seu computador!

É bem provável que você já usou um player como o winamp e ficou viajando no analisador de espectro sonoro dele com o modo “fire” ativado.

spectrum analizer

Pois é, esses caras do vídeo a seguir seguiram à risca a ideia de visualizar música com fogo e adaptaram a ideia do tubo de Rubens (mais sobre ele após o vídeo) para criar um plano de fogo que muda de acordo com o som que está sendo executado no player.

Antes de mais enrolação, vejam o vídeo:

O físico alemão Heinrich Rubens criou o tubo (cheio de orifícios) que usa fogo para visualizar ondas planas de som.

Quando não existe som passando pelo tubo, as chamas erguem-se todas à mesma altura.

Quando um som passa através do tubo, a forma das ondas sonoras afeta a quantidade de gás que alimenta cada orifício do tubo.

No ponto de máximo deslocamento da onda (anti-nó), a pressão do gás varia.

A pressão é máxima quando a onda atinge uma crista e o gás é empurrado para o buraco, o que força mais combustível para fora e causa um aumento pronunciado na chama.

Quando a onda sonora está abaixo do máximo (crista), ela suga o gás de volta e a chama tem gás e oxigênio suficiente para permanecer queimando até que uma nova onda sonora atinja uma crista (máximo) naquele ponto novamente.

A parte da onda que cruza a linha mediana e permanece inalterada é chamada de nó. Essa área no tubo de Rubens não tem flutuação de pressão suficiente e permanece relativamente baixa.

O volume do som desempenha um papel importante na forma como as chamas se comportam. A descrição acima aplica-se quando o volume é alto, mas se o som que entra é baixo, a crista da onda não vence a pressão oposta do orifício, e os anti-nós parecem menores que os nós.

O aparato do vídeo tem 2.500 orifícios distribuídos em uma mesa quadrada e plana, ao contrário do tubo de Rubens que têm os orifícios distribuidos linearmente.

FONTE

A velha piada do urso polar — 18/05/2014
O mistério do mel colorido —

O mistério do mel colorido

Criadores de abelhas do noroeste da França (Ribeauville, na região da Alsácia) descobriram que suas colmeias estavam produzindo mel em misteriosos tons de azul e verde.

Colored honey hi

 

Intrigados com esse misterioso acontecimento, os produtores resolveram investigar o que estava acontecendo.

A pouco mais de 4 km das colmeias existe uma planta de biogás da indústria Mars, responsável pela produção dos simpáticos confeitos M&M (docinhos com uma casca colorida nas cores vermelho, azul, verde, amarelo e marrom).

Eles descobriram que a planta de biogás era alimentada com resíduos da produção dos M&M.

As abelhas, que não são bobas, estavam se alimentando diretamente das cascas coloridas dos confeitos que elas conseguiam encontrar.

O mel produzido, entretanto, não tem valor comercial e nem é considerado pelos produtores como mel verdadeiro.

COLORED HONEY

A indústria de confeitos e chocolates Mars opera uma indústria a 62 km dos apiários afetados, próximo à cidade de Estrassburgo.

Contactados pelas autoridades francesas, os operadores a usina de biogás da Mars tomaram as devidas precauções e passaram a armazenar os resíduos de M&M em locais fechados, de forma que as abelhas não mais tenham acesso.

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O aspecto ambiental dessa notícia é que o número de abelhas vem decrescendo rapidamente no mundo todo nos últimos anos. O governo francês tem sistematicamente banido o uso de pesticidas (como o Cruiser OSR) que está ligado às altas taxas de mortalidade de abelhas.

A França, por sua vez, é um dos maiores produtores de mel da União Europeia, produzindo 18.330 toneladas anuais de mel.

A cidade de Ribeauville está situada em uma região produtora de vinhos, no meio da qual estão localizados 2.400 apiários que totalizam algo em torno de 35.000 colônias de abelhas e produzem algo como 1000 toneladas anuais de mel.

Mesmo possuindo o sabor do mel, a presença dos corantes alimentícios torna o produto invendável em qualquer parte do mundo e, portanto, afeta a economia local de forma negativa.

honey hive

 

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FONTE1, FONTE2

Arco-íris químico — 16/05/2014

Arco-íris químico

Vejam que bela imagem:

arcoiris

Ela foi obtida por Charlotte Elkington e Emma Dux, químicos da Universidade de York.

O procedimento para criar essa bela imagem é relativamente simples:

1) Preencher um condensador de refluxo com uma solução de indicador universal de pH;

2) Adicionar uma solução ácida (HCl) em uma das extremidades do condensador;

3) Adicionar uma solução básica (NaOH) na outra extremidade do aparato;

4) Aguardar algumas semanas para que as soluções ácida e básica migrassem para o interior da serpentina do condensador.

É fato sabido que à medida que as soluções ácida e básica migram para o ponto médio da serpentina, ocorre diluição das mesmas e uma consequente variação no pH.

Com a variação no pH, vem a variação na coloração do indicador universal, daí a formação do “arco-íris” químico observada na foto.

Curtam a página do Chemistry World no facebook para ver essa e outras curiosidades químicas.

Tecnologias no Ensino de Química – Palestra no Slideshare — 08/05/2014

Tecnologias no Ensino de Química – Palestra no Slideshare

Ontem, dia 07/08/2014, estive na minha querida UFPel palestrando para os acadêmicos de Química daquela universidade.

Lá comecei minha vida como professor, aprendi muitas lições e cresci como profissional e como pessoa.

Como prometido aos acadêmicos que se fizeram presentes ao evento, aqui está a minha apresentação sobre TIC no Ensino de Química.

Aos demais leitores do blog: que tal dar uma espiada no que eu preparei sobre o tema? 😉

Um grande abraço digital a todos os leitores do blog!

 

O que acontece ao corpo após a morte? — 05/05/2014

O que acontece ao corpo após a morte?

Sei que corro o risco de chocar algumas pessoas com a animação abaixo, mas não posso deixar de postar aqui essa explicação interessantíssima sobre alguns dos processos químicos que ocorrem com o corpo após a morte.

É algo inevitável, é algo que ocorre sem exceção com todos os humanos.

É a derradeira ação do humano após a cessação das funções vitais.

Como químicos, devemos investigar também essa realidade.

Fiquem com o vídeo a American Chemical Society e postem nos comentários o que vocês acharam.

Via Science Dump