Diário de um Químico Digital 3.0

Química, TICs e outras treconologias. :)

Chemistry life hacks – Truques de química para facilitar sua vida — 22/04/2014

Chemistry life hacks – Truques de química para facilitar sua vida

Você sabia que quanto mais quente a água usada para preparar o café, mais amargo ele fica?

E você sabia que basta adicionar uma pitada de sal no café amargo para suavizar seu sabor?

E como fazer para amadurecer mais rapidamente aquela banana verde que está no seu cesto de frutas?

Fácil! Basta embalar as bananas juntamente com tomates em um saco de papel.

E aquele biscoito que ficou duro que nem uma pedra ou molengo demais? Fácil, coloque uma fatia de pão fresco juntamente com os biscoitos e eles ficarão novos em folha (eles vão absorver ou liberar a água do pão e retornar a um estado de consumo ideal).

Ah, você preparou algumas frituras e agora está com preguiça de limpar as frigideiras?

Não tem problema, use um pouco de refrigerante de cola (vulgo Coca-Cola) e o ácido fosfórico presente na bebida vai reagir com os óxidos de ferro da panela segundo a reação aproximada

3Fe2O3+2H3PO4->2Fe3PO4+3H2O

O vídeo da American Chemical Society abaixo detalha essas dicas de uma forma muito legal!

Assista e aprenda que Química não é uma tremenda chatice! 🙂

Via Science Dump

 

Astrônomos descobrem primeira prova direta da expansão do Universo — 24/03/2014

Astrônomos descobrem primeira prova direta da expansão do Universo

A comunidade Física está alerta, pois no dia 17 de março de 2014 uma equipe de Harvard anunciou que encontrou a primeira evidência direta da expansão do universo que ocorreu logo após o Big Bang.

É mais uma prova de que o Big Bang realmente foi o começo de tudo.

A descoberta em si é um pouco difícil e pode “fundir a cuca”, dado que ela pode explicar o início da existência do universo. Astrônomos descobriram especificamente uma pequena torção de luz chamada de modo-B de polarização primordial (êta nome difícil).

Esse nome é devido ao efeito de turbilhão que ondas de gravitação enormes provocam em fótons que escaparam do Big Bang e serve como uma prova de que as ondas gravitacionais realmente existem.

Da forma que a compreensão das origens do universo vai, isso é uma grande descoberta. Alguns dizem que esse achado é tão importante quanto a descoberta do bóson de Higgs ocorrida em 2012.

Einstein, sendo quem era, previu tudo isso em 1916. Sua teoria da relatividade geral hipotetizou que essas ondas gravitacionais existem como ondulações no tecido espaço-tempo, e os cientistas têm tentado desde então provar sua existência.

Se ondas gravitacionais existem, isso significa que a expansão rápida do universo nos momentos logo após o Big Bang realmente aconteceu.

O efeito é um pouco semelhante à maneira como as ondas se formam na superfície quando você larga uma grande pedra em um lago. Entretanto, você também tem que imaginar que o Big Bang formou também o lago (além das ondas).

A despeito de como você descreve esse acontecimento, ainda assim é uma grande descoberta. “Se for confirmado, então essa será a mais importante descoberta desde a descoberta de que o a expansão do universo está se acelerando,” diz o astrônomo Avi Loeb de Harvard, que não estava envolvido na pesquisa. Loeb adicionou, “Vale um Nobel.”

Para quem quiser entender um pouco mais sobre a teoria do Big Bang, o vídeo abaixo (em inglês, mas com a possibilidade de ativar legendas nessa língua) explica de forma muito didática como tudo pode ter acontecido.

FONTE

Um vídeo incrível sobre o efeito Leidenfrost — 16/03/2014

Um vídeo incrível sobre o efeito Leidenfrost

Esse efeito é muito legal, tanto que já andei escrevendo sobre ele (veja esse post aqui).

Água em estado líquido jogada sobre uma superfície suficientemente aquecida não evapora instantaneamente.

A gotícula de água forma uma camada inferior de vapor que isola termicamente a parte superior da gotícula e atrasa a evaporação completa da mesma.

O efeito macroscópico desse efeito é observado pelo movimento rápido e aleatória da gotícula sobre a superfície quente.

The-Leidenfrost-effect

O vídeo que vou exibir agora mostra uma novidade sobre o efeito:

Água é despejada na forma de gotículas sobre uma superfície suficientemente aquecida, com diversos sulcos E verticalmente inclinada.

Ao contrário do que se esperaria, a água sobre o plano inclinado ao invés de descer.

060403_3_leidenfrost_1

O vídeo está em inglês, mas é fácil entender o porquê desse fenômeno (ele possui legendas em inglês pra facilitar um pouco a compreensão).

A camada de vapor que se forma sob a gotícula impulsiona a mesma acima e à frente.

060403_3_leidenfrost_3

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Bom chega de lero-lero, eis o vídeo:

Saiba mais sobre o assunto AQUI.

O vídeo eu cncontrei AQUI.

Superfície superidrofóbica vs líquido magnético em câmera lenta — 04/02/2014

Superfície superidrofóbica vs líquido magnético em câmera lenta

Pessoal, estou passando aqui para me desculpar pela escassez de postagens.

Só gostaria de dizer que estou tentando migrar o blog para uma plataforma mais amigável, pois a que estou usando atualmente me desestimula muito a postar coisas legais.

Para não deixa o blog às moscas por mais tempo, resolvi insistir no tema “câmera lenta”.

Fiquem com este belo vídeo e, em breve, voltaremos a postar mais coisas legais aqui.

Primeira postagem de 2014 – fluidos não-newtonianos em câmera lenta — 06/01/2014

Primeira postagem de 2014 – fluidos não-newtonianos em câmera lenta

Olá pessoal, tudo bem?

Para começar o ano de 2014, resolvi reproduzir a matéria sobre fluidos não-newtonianos que eu vi no Sploid.

Para começar, assista ao vídeo abaixo:

A coisa estranha aí no vídeo é uma mistura de água e amido de milho (a famosa maisena aqui no Brasil).

Se você tocar gentilmente na mistura, ela se comporta como líquido. Até se você conseguir colocar um pouquinho dela na palma da mão, vai ver que ela escorre como um líquido convencional.

Agora, tente apertar ou golpear fortemente a mistura. Ela vai se comportar como um sólido e vai oferecer resistência aos golpes aplicados.

Essa categoria de materiais atendem pelo nome de fluidos não-newtonianos. Alguns bons exemplos desses fluidos são: sangue, ketchup, iogurte, recheios de bolo (cremosos), lama e alguns materiais poliméricos fundidos.

Vou resumir um pouco o que caracteriza um fluido como não-newtoniano, mas você pode ler o material original aqui e aqui.

Imagine um maço de cartas de baralho. Agora imagine que você está espalhando o maço de cartas sobre a mesa fazendo uma deslizar sobre a outra.

Pois é, os líquidos newtonianos são compostos por várias “camadas” de moléculas que fazem o papel das cartas do baralho.

Obrigar as camadas a se mover por meio da aplicação de uma força sobre elas vai produzir escoamento do líquido.

Se você quiser fazer o líquido fluir duas vezes mais rápido, basta aplicar o dobro da força.

Com os fluidos não-newtonianos essa realidade não se aplica. Alguns deles vão exigir menos que o dobro da força, outros vão exigir mais que o dobro da força, e esse tanto de energia vai depender do material em questão.

O que impede ou facilita o movimento das camadas de líquido é a fricção entre as mesmas. Essa fricção dá origem ao que costumamos chamar de viscosidade (resistência ao movimento de fluxo das camadas).

Bom, o papo já ficou muito técnico e não quero chateá-los logo na primeira postagem de 2014.

Em breve, pretendo voltar à plataforma a que estou acostumado a blogar e, com isso, pretendo voltar à frequência original de posts.

Um grande novo ano para todos os amigos do Brasil, de Portugal e, pelo que tenho visto nas estatísticas, de Mozambique! 🙂

 

Show pirotécnico com bolas de ping-pong? — 10/12/2013

Show pirotécnico com bolas de ping-pong?

Para quem nunca imaginou que uma simples bolinha de ping-pong fosse tão inflamável, o vídeo abaixo mostra que seus conceitos estavam totalmente equivocados.

Os caras incendeiam uma bolinha isolada para mostra o potencial do artefato.

Depois, eles colocam fogo em uma pilha de bolinhas contidas em um “forno” feito com tijolos empilhados.

Assista ao vídeo e depois comentarei o porquê desse comportamento tão imprevisível.

Acontece que as bolinhas de ping-pong (e as palhetas de guitarra) são normalmente fabricadas com um material chamado celulóide.

A celulóide foi o primeiro plástico (na verdade, termoplástico – que altera suas propriedades de acordo com a temperatura) a ser patenteado lá no distante ano de 1870.

Celulóides são fabricados a partir de nitrocelulose (figura 1), cânfora (figura 2), alguns aditivos e corantes.

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Figura 1: Nitrocelulose

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Figura 2: Cânfora

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Figura 3: Um provável esquema de formação da celulóide (leia mais aqui)

É facilmente moldável e seu principal uso durante anos foi substituir o marfim, sendo por isso chamado de “marfim francês” ou “Ivorine” (ivory é a palavra inglesa para marfim, assim como ivoire é a versão francesa da palavra).

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Figura 4: Artefatos modernos fabricados com celulóide

É altamente inflamável (viu, tá aí a explicação das propriedades fantásticas das bolinhas de ping-pong) e seu uso industrial/comercial diminuiu muito nos dias atuais, sendo ainda utilizado em bolinhas e palhetas (mas acho que divago tocando nesse assunto novamente). 🙂

Antigamente, os filmes fotográficos e cinematográficos eram fabricados com celulóide, por isso era comum estúdios que armazenavam esse tipo de filme incendiarem e todo o acervo ser perdido nesses casos.

A formulação típica da celulóide pode conter de 70 a 80 partes de nitrocellulose, nitrada a 11% de nitrogênio, 30 partes de cânfora, 0 a 14 partes de corante, 1 a 5 partes de  etanol, acrescido de estabilizantes e agentes que aumentam a estabilidade e reduzem a inflamabilidade.

Bom, acho que chega de informações por hoje. Acesse os links contidos no post para saber mais.

Até a próxima, p-p-pe-pe-pesso-a-al! 🙂

Simulação de fluidos em ASCII — 02/12/2013

Simulação de fluidos em ASCII

Eu sou meio suspeito pra achar tão legal essas animações, afinal eu fiz doutorado na área de simulação de líquidos. hehehe

Bom, o interessante nesse caso é que o autor conseguiu elaborar algumas animações bem legais usando apenas aquelas caracteres alfanuméricos que todo teclado tem e, o mais importante, as animações ficaram show de bola.

Quem estiver disposto a reproduzi-las, leia o post do Gizmodo que dá mais detalhes de onde e como compilar o código-fonte das animações.

 

Foguete caseiro, uma receitinha básica — 11/11/2013

Foguete caseiro, uma receitinha básica

Ontem eu vi esse vídeo mas perdi o link, graças a Tutatis o pessoal do Gizmodo BR postou o link para os incautos como eu.

Tudo o que você vai precisar é de uma folha de alumínio (daquele usados para embalar alimentos), algumas porcas (as de metal, não a esposa do porco), alguns palitos de fósforo, tesoura, um clipe (daqueles de escritório) e um isqueiro ou maçarico.

O vídeo é auto-explicativo (não me encham o saco com hífens), então eu não vou ficar repetindo o que o autor do mesmo fala.

Ah, e tomem cuidado, fósforo é pequeno mas pode causar grandes desastres.

Como o Gizmodo Br foi mais rápido que eu, aí vai o link.

E se você pudesse ver as coisas como no filme Matrix? — 08/11/2013

E se você pudesse ver as coisas como no filme Matrix?

O título do post é apenas uma provocação, quase um convite para que as pessoas embarquem em uma viagem pelo mundo da matemática.

Opa, matemática? Mas esse blog não é sobre Química?

É, também, sobre Química! Só que eu me interesso por todas as ciências naturais e, até onde eu sei, Matemática é a base de todas elas.

Pensando em passar essa ideia para as pessoas que os matemáticos Yann Pineill & Nicolas Lefaucheux do site Parachutes.tv criaram um vídeo que mostra uma situação corriqueira e, em um painel lateral, como ela seria visualizada matematicamente.

Daí o título da postagem fazer referência ao filme Matrix, no qual os personagens “rebeldes” visualizavam tudo o que se passava dentro da tal Matrix através de equações e códigos extremamente complexos.

Bom, chega de enrolação. Divirtam-se com o vídeo!

Água quente congela mais rápido do que água fria? — 02/11/2013

Água quente congela mais rápido do que água fria?

No ano de 2011 eu escrevi um post falando sobre algumas propriedades curiosas da água e, no meio do post, eu citei o efeito Mpemba.

O estudante africano Erasto Mpemba observou que sua mistura para sorvete, colocada ainda quente no congelador, solidificou-se antes da mistura dos seus colegas. Isso aconteceu em 1963.

O coitado do Mpemba até foi alvo de críticas e chacotas por parte dos professores e colegas.

Bom, o fato é que agora temos uma provável explicação para este curioso efeito.

Encontrei nesse link uma matéria que dá conta da explicação.

Um grupo de físicos da Universidade Tecnológica Nanyang de Singapura, liderados por Xi Zhang, encontraram uma evidência de que são as ligações químicas que mantêm as moléculas d’água coesas as responsáveis pelo efeito.

Cada molécula de água é composta de um átomo de oxigênio ligado covalentemente a dois átomos de hidrogênio (ver imagem abaixo).

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Essas ligações envolvem átomos compartilhando pares de elétrons, o que chamamos de ligação química covalente. Já as diversas moléculas d’água são mantidas coesas entre si por forças um pouco mais fracas geradas pelos átomos de hidrogênio.

São as “ligações de hidrogênio” (o termo arcaico era “pontes de hidrogênio”), que surgem sempre que o hidrogênio interage com elementos mais eletronegativos como o oxigênio e o nitrogênio, por exemplo.

Na água, essas forças surgem sempre entre o átomo de oxigênio de uma molécula e os átomos de hidrogênio das demais moléculas circundantes, o que provoca diversas anomalias físico-químicas nessa substância.

Voltando ao efeito Mpemba. O grupo de pesquisadores agora sugere que são essas ligações de hidrogênio que causam o já referido efeito.

De acordo com eles, quando as moléculas de água são colocadas em contato próximo, uma repulsão natural entre as moléculas faz com que as ligações covalentes (O-H) sejam “esticadas” e “armazenem” energia.

Quando o líquido é aquecido, as ligações de hidrogênio é que se “esticam” à medida que a água fica menos densa e as moléculas se afastam umas das outras.

O estiramento (para usar um termo mais adequado e científico) nas ligações de hidrogênio permite às ligações covalentes relaxar e comprimir (encolher), o que causa a liberação da energia anteriormente armazenada.

O processo de liberação da energia das ligações covalentes é essencialmente o mesmo de um resfriamento, e assim, aquecer a água poderia em teoria auxiliar a resfriá-la mais rapidamente do que simplesmente resfriá-la.

Os cálculos da equipe de cientistas sugerem que a magnitude da relaxação da ligação covalente corresponde às diferenças experimentais no tempo que água quente e fria levam para congelar.

Você pode ler mais AQUI.