Título engraçado para um post, vocês não acham?
Pois é, engraçado pode até ser, mas é uma realidade. Talvez muitos químicos nem se deem conta disso, mas o filósofo grego, que viveu entre os anos de 428 e 347 a.C., deixou um legado muito importante para nossa querida ciência da Química.
Ele fez um estudo filosófico sobre as formas da natureza e concluiu que o mundo material como nós o percebemos através dos sentidos não é real, ele é apenas uma sombra do mundo real. Tudo que pode ser experimentado com os sentidos físicos é somente uma sombra do que realmente existe no mundo real, e o mundo real não está acessível às faculdades sensoriais humanas.
Tá, e o que a química tem a ver com todo esse papo filosófico? Ah, tem sim, e muito! Basta dizer que ele estabeleceu que algumas formas geométricas, conhecidas hoje pelo nome genérico de sólidos platônicos seriam os arquétipos para tudo o que existe no universo material. Basicamente, tudo o que há de belo, harmônico, simétrico, etc, deve remeter-se a uma das formas perfeitas previstas por Platão. Se você é jogador de RPG já deve ter cruzado com algumas dessas formas. Vou facilitar a vida de vocês mostrando algumas imagens (roubadas descaradamente da wikipedia) desses sólidos.




- os lados são iguais
- os ângulos são iguais
- as faces são idênticas
Mas o objetivo do post não é ficar filosofando sobre os aspectos matemáticos dos sólidos platônicos e sim sobre os aspectos químicos.
Agora vem a parte boa da coisa. Onde isso se aplica à Química? Se vocês observarem, os sólidos de Platão são em número de cinco. Um sólido para cada elemento alquímico.O tetraedro está para o fogo (






Dando um grande salto na história, chegamos ao ano de 1940. Os senhores Sidgwick e Powel (Oxford University) estabeleceram uma relação entre os átomos e a geometria das moléculas. Eles estabeleceram uma série de regras, baseadas em observações experimentais espectroscópicas (um dia escrevo explicando que maluquice é essa), que permitiram aos químicos deduzir a geometria molecular de diversas espécies químicas.
Em 1957, Gillespie e Nyholm (University College London), aprimoraram as regras de Sidgwick e Powell e criaram o modelo bem sucedido conhecido em português como “modelo da repulsão dos pares de elétrons da camada de valência”. Em inglês é “valence shell electron pair repulsion model”. Não vou entrar em detalhes químicos sobre esse modelo, deixo isso para um post futuro. O que eu quero agora é encerrar o post mostrando uma tabela que, certamente, vai mostrar qual a conexão com as ideias de Platão acerca dos sólidos perfeitos. Observem a tabela e me digam se Platão tinha ou não razão:
Atentem para as moléculas de XeF4 e BrF5, ambas apresentam átomos ou pares de elétrons isolados dispostos segundo os vértices de um octaedro. Agora, observem as moléculas de NH3 (amônia) e H2O (água). Os átomos de hidrogênio e os pares de elétrons ficam dispostos segundo os vértices de um tetraedro. Eu poderia sair pela rede catando mais exemplos dos sólidos platônicos, e o farei, mas esse post já ficou muito comprido. Vou encerrando por aqui, desejando que vocês comentem o que acharam do post. Críticas construtivas, dicas, dúvidas, etc, todas serão bem-vindas. Um grande abraço e até o novo post (esse posterous me deixa com vontade de escrever).
gostaria que o Marcio martins..entrasse em contato comigo..pois tenho um interesse fundamental em sintetizar quimica, geometria e filosofia…neodiogoreis@hotmail.com (msn)gratidão!
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