Em um recente artigo publicado no periódico PLOS One são informados os resultados de uma pesquisa realizada com moscas-da-fruta (Drosophila melanogaster) e seis adoçantes comuns no mercado norte-estadunidense.

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Dos seis adoçantes testados, um deles mostrou-se eficaz como inseticida.

Sabendo-se que o ciclo de vida da mosca vai de 45 a 60 dias de duração, os cientistas geraram (não sei o termo biológico mais adequado, então vai “geraram” mesmo) moscas em tubos contendo os tais adoçantes.

Em um tubo, contendo um dos adoçantes mais vendidos nos EUA e conhecido pelo nome comercial de Truvia, as moscas viveram por 5,8 dias (em média).

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Investigações posteriores determinaram que o responsável por essa mortandade de moscas foi causada por um dos ingredientes presente no adoçante Truvia (cuja base é a Stevia) e ausente nos demais, a molécula conhecida pelo nome de eritritol.

A presença dessa substância no meio faz com que as moscas tornem-se incapazes de locomover adequadamente, ou seja, produz efeitos no sistema motor dos insetos.

O eritritol é um aditivo alimentar autorizado pelo FDA e, portanto, não apresenta riscos aos humanos (até que se prove o contrário).

Do ponto de vista químico (já que este é um blog de química), pode-se dizer sobre o eritritol:

  • Nome IUPAC: (2R,3S)-1,2,3,4-Butanotetrol
  • Massa molar: 122,119797 g/mol
  • Fórmula estrutural plana:

eritritol

 

  • Aparência física: cristais brancos (não inalar)
  • Ponto de fusão: 118-120ºC
  • Solubilidade: 0,1 g/mL
  • Dados adicionais: CHEMSPIDER

Ah, só para constar, essa pesquisa nasceu de um projeto de feira de ciências. É legal estimular a curiosidade pelas ciências nas crianças, pois mesmo projetos simples podem produzir novos cientistas, tão necessários à nossa sociedade cada vez menos pensante.

Fontes: 1, 2